sábado, 21 de agosto de 2021

Ptyx

i.

Uma mulher sonha, segurando a barra do próprio vestido. Dois, três, quatro passos distantes de si. Presa pelo plissado, se esconde por debaixo das inúmeras dobras, ondas, vãos.

ii.

paralisada na negrura negra, se desreconhece. As palmas das.

iii.

na curva da concha, seu corno animal, espiral. Espreita,

iv.

água pó, água polvo, água sal.

vi.

lânguida longa onda, lívida leve longa

calca a concha quando quebra

vii.

úmidos mares, têm nas orlas, rocha, cascalho,

fragas, fragatas, restos de estórias de marujos

viii.

mas a boca muda. se encolhe na casca, morde a própria

cauda.

ix.

vão tecido em terra. Bárbara rente à embarcação. Um, dois, três nós enverga a barra da saia sobre

si.  Onda, longa onda, devolve ao mar o que é do mar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário