quero encher de prata
os bolsos do poeta
de prata barata, dessa prata vulgar
rasgar os tecidos, derramar os alcooís
fazer discurso cheio de lugares comuns,
rimas pobres, rimas breves,
risos e deboches
quero encher a boca de coragem
desperdiçar os verbetes,
reiterar essas bobagens, quero
encher as suas taças de parafernálias sem sentido
encher essas páginas de paraparaparaparafernália
de palavras
encher a todos de palavras,
a sair pelos ouvidos e entrar pelos cotovelos
num ovonovelo, só que besta,
só que para os bestas
de bolsos desejantes de prata
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