o nosso último verão
sem nenhuma tempestade, é verdade
sem nenhuma discussão
(só as que eu armo como uma aranha muito jovem que sou)
sem nenhuma tempestade, é verdade
sem nenhuma discussão
(só as que eu armo como uma aranha muito jovem que sou)
e o outono amarelo, com mil folhas em queda
os estalos na mini floresta de pinheiro
os estalos da nossa risada na sala de leitura da biblioteca
você no seu posto por tantas horas
entre ois e ois e beijinhos
típicos dos namorados, o que não somos
eu chamo seu nome
mil vezes durante o dia
sem ter nada pra dizer
e confiro se você está lá, mas não como se você fosse fugir
eu nunca pensei que você me escaparia
e mesmo quando eu tentei armar a teia
você já estava lá deitado
eu não tenho nada a dizer
mas falo sem parar
eu não quero que você me escape
como me escapou o verão, como me escapa o outono
naturalmente
eu deveria ser uma formiga e fazer o meu trabalho
e esquecer do verão, pra poder viver um outro
desarmar a teia, desatar a memória
deixar o tempo dar forma ao corpo
Nenhum comentário:
Postar um comentário