carrego no bolso a pedra
sempre pensando em atirar
os olhos vigiam atentos
o corpo quente como numa dança
treme, vibra, balança
o dente sangra, a boca rosna
aperto na mão a pedra
a superfície áspera que encontra
a pele espessa
a superfície angulosa e desigual
os limites abertos, os contornos
vedados, os olhos cerrados
contraí e dispara
repele e aproxima
chapisco muro que arranha a carne
cavouco a parede pra ter a pedra
a pedra, essa que carrego rente ao seio
que cuspo mastigo e venero
Nenhum comentário:
Postar um comentário