os sinais ofuscados
tateio o escuro
tateio o escuro
teus olhos oblíquos
desvio
nenhuma luz atravessa
a carne espessa,
sinto o triplo plano da sua
geometria
como uma moeda de três faces
"eu sou aquele sou"
e eu sou só a espectadora do seu
show
o eixo perdido sem saber onde aponta
revela uma elipse obscura
uma distância constante
de dimensões irreais
nos dois pontos desta reta
a curva dos teus ombros é pra mim
uma parábola
cuja equação não sei solucionar
mas é a carne que me conta
a matéria escura que é matéria
numa dança síncrona em que a lua
nunca mostrará a outra face
como uma porta que abre para uma única
direção
então meto os dentes,
os dedos se encaixam
nas crateras
qual faca, qual foice
qual compasso que fere
e também é instrumento
pra medida
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