segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

sonhos

os sonhos do mundo que tenho mim
são só alguns versos gastos de Drummond
o niilismo, às vezes infantil, de Álvaro
rasgos de fora a fora no peito

*

quando escuto esses versos sobre Itabira
o sertão que me domina, me põe a chorar sobre a mesa do café da manhã
quando leio, quando já é noite e escuro
linhas e versos dos mais tristes, dos mais duros
dos mais pedra
e sinto a pedra, que me atravessa a garganta

*

me ponho a olhar a rua
e a chuva que começa fina
o mundo que de repente desaba

*

um avião que precisa partir,
e já está lá alto nos céus
sem que eu tivesse me despedido


Nenhum comentário:

Postar um comentário