domingo, 29 de dezembro de 2013

estranhos instantes

para olhar na fechadura
do buraco da passagem
no lugar da chave, íris
abre a porta, chega em casa

vem me ver
onde eu não moro
e enxerga quem não sou
se olhar na fechadura,
pode ver,
mas não estou

quem te vê, de onde olho
não sou eu, tampouco outro
é um rio desgovernado
carregando prata e ouro
para então,
fabricar chaves
e entregar por dentre os nossos
mas não somos fechaduras
não abrimos para ninguém.

cá não há
sequer a íris.


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