não mais
seremos outros
_
da beirada
do universo
vemos astros
constelações inteiras
planetas gasosos,
planetas esfarelados
vemos sombra
e introversão
lá no bico,
naquela ponta,
no exato ponto
em que me encontro
eu vejo o outro
não mais aquele
não mais o eu refletido
onde estou (que não aqui)?
quem sou (senão isso)?
no extremo do eu mesmo,
não mais o eu tal qual é
nem mesmo um pedaço daquilo que era
os seres estelares que têm sorte (?)
pois já só dançam
e somem...
basta que os esqueçamos
e mesmo se não o fizermos
alheios,
flutuam
mal se importando
quem são
e nós,
quando vemos lá da beira
do queira-não-queira
rasgamos os prantos
contornando-nos:
somos.
e limitamo-nos
a ficar na margem
do que é infinito
do nosso próprio
espaço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário