os pulmões já não correm florestas
muito embora os pés ainda saltitem
o vigor vem e vai, fazendo as vezes de uma sanfona
e os cervos, os cedros e os pinheirais
estão alheios a essa sutil presença
dedos álgidos, frígidos, flácidos
nevam sobre os sonhos em
desfiladeiro de palavras em profusão
e os dedos estalam, enquanto alucinam
pois a imperfeição é tão perfeita
que é como se tivesse sua própria prescrição
define a forma que toma o monte
das suas mãos, que sai a nevasca,
a tempestade e quando cansa, a tal bonança
e quando dança, esquece a droga de formato das coisas
esquece de ter que vencer o vento, de ter que subir o morro
esquece do porém, do presente, do 'para sempre'
só balança,
o corpo esquenta
e a mente esquece devagar.
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