sábado, 22 de dezembro de 2012

Sobre incinerar papel

sinto lacrimejar a clavícula
sentindo pulsar como quem deseja fugir
refuto grande parte desses verbos, tolos, infundados
e a superfície brilhosa desse papel de fotografia me soa o baladar das inverdades

sinto o cheiro falso de cerejas de plástico,
permeiam minha pele, querendo entrar.
e da vivacidade, fica só a ilusão. matéria estúpida de natureza inocente

meu sopro, se inflama
deseja sentir o suave tirilintar da ventania frente às pálpebras
dançar a dança do universo

(...)

e em
chama ardente
não se prende a desassossego qualquer

da penumbra não sobra nem cinza

mais um dia amanhece normalmente
sobre a vida e  morte.






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